quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A origem (Inception)

Direção: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cottilard, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Michael Caine, Dileep Rao.
Prêmios: nenhum (ainda)

É muito complicado assistir a um filme previamente categorizado como “genial”, “filme do ano” ou até “um dos melhores filmes de todos os tempos”. Exatamente por isso evitei ler resenhas e críticas que pudessem influenciar a minha compreensão de “A origem”, concentrando minha leitura sobre o filme apenas sobre a parte técnica, ou seja, entrei no cinema sabendo que qualquer reação, boa ou má, seria mérito apenas de Christopher Nolan, inclusive no que diz respeito à sua escalação para a equipe técnica e elenco.

“A origem” é o projeto da vida de Christopher Nolan que só foi viabilizado em função de seu sucesso na direção da nova franquia do Batman. Ao mencionar de “O cavaleiro das trevas” me recordo de que seu brilhantismo fora ofuscado pela morte de Heath Leadger, embora isso tenha elevado consideravelmente o sucesso do filme. Antes de mais nada, arrisco dizer que talvez Hollywood tenha encontrado finalmente o seu tão sonhado “gênio” desta geração, titulo concedido erroneamente a diversos diretores medíocres e/ou irregulares.

Voltando ao filme em questão, o Fábio Vanzo e eu fomos ao cinema confiantes, porém receosos em relação às críticas tão efusivas desde o lançamento do filme nos Estados Unidos. A história é aquela que quase todos devem conhecer: Dom Cobb é uma espécie de espião dos sonhos, nos dois sentidos já que quem não sonharia com um espião com a cara, a voz e o testa franzidinha do Leonardo DiCaprio (esse trecho será censurado pelo co-autor do blog certamente), além de espionar entrando na mente do espionado por meio dos sonhos. No início do filme já nos deparamos com a razão de o filme se tornar confuso para a maioria das pessoas e torna possível que o filme tenha tantas formas de entendimento no final, os tais níveis dentro do sonho. A questão é: os tais espiões conseguem invadir até um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho. Para isso é necessário um esquema meio complexo que fica claro com muita atenção, o que não é difícil, já que a o filme prende totalmente a atenção do espectador, tanto que eu só lembrei tinha uma Coca-Cola a tomar lá pela seqüência final.

A história do filme é a seguinte, Saito, um poderoso empresário interpretado pelo Ken Watanabe faz uma proposta a Cobb para que ele realize uma “inception”, que é a inserção de uma idéia na mente de alguém através de um sonho. Por motivos pessoais Cobb aceita a proposta sob protestos de seu parceiro Arthur.

Bom, pausa para falar sobre Arthur e o restante da equipe formada para a missão. Arthur foi interpretado por Joseph Gordon-Levitt, já que James Franco, inicialmente confirmado para o papel precisou abandonar o projeto. Joseph Gordon-Levitt ficou conhecido pelo papel do nerd que contrata o (não é ele quem contrata, ele só se beneficia da contratação) Heath Ledger para conquistar a irmã durona de sua pretensa namorada em “10 coisas que eu odeio em você” e entrou na moda ao interpretar o personagem central em “500 dias com ela”. O currículo acrescentou muito ao papel de Arthur porque, no meu entendimento, o espectador já tem uma empatia natural com ele e isso é realmente esperado. Fiel parceiro de Cobb, Arthur fez com que eu me sentisse completamente segura em relação ao cumprimento da missão, sempre calmo, sendo inclusive o responsável pelas cenas mais leves, o que demonstra sua segurança em relação ao trabalho. Também é Arthur o responsável por explicar o esquema à nova arquiteta, Ariadne (Ellen Page) e conseqüentemente ao espectador.

Como a mais nova em idade e experiência da equipe, Ariadne se mantém atenda a todos os detalhes da trama, inclusive é por dela que passamos a enxergar os reais problemas enfrentados por Cobb em relação a Mal (Marion Cottilard), aos filhos, aos sonhos e tudo mais. Um detalhe importante é que no momento dos “chutes” (chute = técnica utilizada para acordar os sonhadores) finais é como se você se sentisse na pele dela, já que, assim como nós, ela passa pela primeira experiência.

Os outros membros da equipe são Eames (Tom Hardy), o falsificador, e Yusuf (Dileep Rao), o químico responsável por criar os sedativos para a missão (Nota: se alguém tiver o telefone deles me passa) e o próprio Saito.

Se o roteiro por si só já é brilhante, imaginem isso com um elenco talentoso, direção, trilha sonora, montagem e fotografia impecáveis. É o tipo de filme pelo qual nós, amantes do cinema, esperamos por muito tempo para ver porque se tornam mais raros com o passar do tempo. Cada detalhe tem sua importância, nada é feito por acaso e, após o filme, você passa horas lembrando de cada detalhe e achando o filme melhor ainda por isso.

O final... bom, o final é um caso a parte, porque na minha opinião ele foi feito intencionalmente para confundir, mas é fácil saber que ele não é real, mas isso também é intencional.

Certamente veremos o filme novamente e escreveremos mais sobre ele, afinal já é o filme do ano e não tenho certeza se tão cedo vamos ter uma novidade cinematográfica tão intrigante.

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