sábado, 16 de outubro de 2010

Teorema (Itália - 1968)


Título Original: Teorema
Direção: Pier Paolo Pasolini
Elenco: Silvana Mangano, Terence Stamp, Massimo Girotti, Laura Betti.

Hipocrisia e mediocridade são os temas colocados em prova no filme Teorema, filmado por Pasolini na década de 60 de forma poética, criando uma obra-prima que atinge a arte em seu todo.

Curiosamente tenho me deparado com a falta de profundidade na maioria das pessoas que rasas como um pires, como eu costumo dizer, buscam algo além de sua mediocridade em prazeres efêmeros e dificilmente conseguem admitir o quão vazias podem ser suas vidas. Então seguem desta forma.

No entanto, "Teorema" é o tipo de filme que pode atingir diversos níveis de entendimento e talvez possa compreende-lo de outra forma numa próxima fase.

Quando o hospede chega à casa de um rico empresário, conquista a todos de forma com quem eles possam enxergar o vazio em suas vidas, mas ao partir deixa um rastro de caos já que agora a família consegue enxergar. Procuro uma simbologia para o personagem do hospede, mas acredito que o mais próximo seria um anjo, ainda mais após a transformação espiritual que a empregada da residência sofre após sair de lá.

Ao enxergar o vazio da nossa existência fica fácil compreender o motivo da filha entrar em estado catatônico. Ao enxergar o mundo muitas vezes sinto que preferia me manter dessa forma.

Vale citar a inspirada letra de Renato Russo “Teorema”:

“Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.
Parece energia, mas é isso distorção
E não sabemos se isso é problema
Ou se é a solução.
Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão.
É só você quem deve decidir o que fazer
Prá tentar ser feliz.
Parece energia, mas é só distorção
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.
Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.
Parece um teorema sem ter demonstração
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.”

Curiosidade banal: O personagem que Maitê Proença interpreta na novela Passione é idêntico ao da esposa do empresário, não sei se por coincidência ou inspiração

Nenhum comentário:

Postar um comentário